Título: FABRICANDO SUBGENTES: A ESTRUTURA DOS DISCURSOS DISCRIMINATÓRIOS
Autor(es): Eduardo Augusto Tomanik
Resumo: Peço a você um pouco de paciência. Antes de entrar no tema e nas considerações principais deste texto, penso ser conveniente apresentar brevemente os pressupostos teóricos que pretendo que orientem e sustentem minhas reflexões. Segundo Brandão (2012), desde Aristóteles, passando por Descartes (e eu acrescentaria: por muitos dos manuais de auto-ajuda atuais) somos informados que a razão e as emoções constituem entidades, fenômenos ou processos relativamente independentes e até opostos. Além disso, é conveniente que nossas decisões e ações sejam controladas pelo raciocínio e não pelos sentimentos. Já segundo Heller (2004), cada uma de nossas ações é intermediada por decisões e detalhamentos e estes, por sua vez, são baseados em informações e crenças que compartilhamos com os membros dos grupos dos quais fazemos parte. Ao mesmo tempo, quando pensamos sobre algo, ou sobre o que fazer, estamos emocionalmente envolvidos com aquilo e com a situação total na qual aqueles processos ocorrem. Assim, sentir, pensar e agir são dimensões inseparáveis de um mesmo processo e este é o nosso primeiro parâmetro teórico