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- Cód. Trabalho: 5014 | Palavras-chave: coprodutos vegetais; antioxidantes naturais; aproveitamento integral; tecnofuncionalidade; cacau brasileiro; inovação alimentar.
- Título: Avaliação comparativa do perfil antioxidante e polifenólico de diferentes genótipos e frações do fruto de cacau
- Autor(es): ANJO, F. A.; SZCZEREPA, M. M. A.; OLIVEIRA, G. B.; MAZZINI-GUEDES, R. B.; MOLENTO, C. F. M.; MATUMOTO-PINTRO, P. T.
- Resumo:
O crescente interesse por alimentos funcionais e pela valorização de resíduos agroindustriais tem impulsionado pesquisas voltadas à caracterização de compostos bioativos em diferentes frações de frutos tropicais, com vistas ao desenvolvimento de ingredientes tecnofuncionais sustentáveis. Neste contexto, o cacau (Theobroma cacao L.), tradicionalmente cultivado para a produção de chocolate, apresenta diferentes partes do fruto com potencial ainda pouco explorado. Este estudo teve como objetivo avaliar o conteúdo de polifenóis totais (método de Folin-Ciocalteu) e a capacidade antioxidante (ensaios DPPH e ABTS) de quatro frações do fruto de cacau — casca externa, casca interna, placenta e semente — provenientes de quatro genótipos: 1188, CCN51, PS1319 e COMUM. Os resultados revelaram diferenças significativas (p < 0,05) tanto entre as frações quanto entre os genótipos. As sementes apresentaram os maiores teores de polifenóis totais, variando de 39,61 a 50,61 mg equivalentes de ácido gálico por grama (mg EAG/g), sem diferenças estatísticas entre os genótipos. As cascas externas também se destacaram, com valores expressivos, especialmente no genótipo 1188 (33,48 mg EAG/g), sugerindo seu potencial como fonte alternativa de compostos bioativos. Em contraste, as placentas e cascas internas apresentaram menores concentrações de polifenóis, com destaque para a casca interna do genótipo COMUM (20,35 mg EAG/g), indicando variações genotípicas relevantes. Quanto à atividade antioxidante, as sementes mantiveram alta capacidade de inibição nos dois métodos, com valores superiores a 85% (DPPH) e a 36% (ABTS), corroborando sua riqueza em compostos fenólicos. As cascas externas também demonstraram desempenho promissor, especialmente nos genótipos 1188, PS1319 e COMUM. As demais frações exibiram atividades antioxidantes inferiores, porém ainda significativas, o que as torna candidatas para aplicações em formulações com exigência antioxidante moderada. Esses achados reforçam o potencial de aproveitamento de coprodutos tradicionalmente descartados do cacau, como cascas e placentas, na formulação de ingredientes funcionais. Além de contribuírem para o desenvolvimento de novos produtos alimentícios com apelo saudável, esses resultados promovem práticas alinhadas à economia circular e à sustentabilidade na cadeia agroalimentar. Destaca-se, portanto, a importância de estudos mais aprofundados sobre a composição fitoquímica e a estabilidade desses compostos em matrizes alimentares reais, visando sua aplicação tecnológica em sistemas complexos.