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- Cód. Trabalho: 4989 | Palavras-chave: malária; tratamento presuntivo; desigualdades em saúde; Região Amazônica; fatores sociodemográficos.
- Título: Influência de Fatores Sociodemográficos no Tratamento Presuntivo da Malária: Uma Análise com Regressão Logística
- Autor(es): Rosana Castro de Albuquerque, Pedro Reginatto Constantino, Márcio Roger Piagio, Willian Luís de Oliveira
- Resumo:
A malária persiste como um desafio de saúde pública no Brasil, com maior endemicidade na Região Amazônica. Este estudo analisou fatores associados ao tratamento presuntivo da malária (administração de antimaláricos sem confirmação laboratorial) entre 2019 e 2021, utilizando dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-Malária). Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e analítico, com abordagem quantitativa, envolvendo 63.843 casos confirmados. Foram aplicados testes de associação (qui-quadrado e exato de Fisher) e regressão logística binária para identificar preditores do tratamento presuntivo.
Os resultados evidenciaram desigualdades significativas: o tratamento presuntivo foi mais frequente em residentes de zonas rurais (56,9% no Pará), autodeclarados pardos (73,54%) e indivíduos com baixa escolaridade (58,23% com até 8 anos de estudo). A análise multivariada confirmou associação estatística entre tratamento presuntivo e variáveis como raça/cor (p=0,0063) e estado de infecção (p<0,0001), com maior probabilidade para indígenas (OR ajustado=1,71) e residentes no Pará. O modelo final, selecionado por critério AIC (AIC=3286,9), destacou a influência de vulnerabilidades estruturais, como acesso limitado a diagnóstico em áreas remotas.
Conclui-se que o tratamento presuntivo reflete disparidades socioeconômicas e geográficas, reforçando a necessidade de políticas públicas direcionadas à ampliação do diagnóstico oportuno e equidade no acesso à saúde, especialmente na Amazônia Legal.