Visualizar trabalho
- Cód. Trabalho: 4964 | Palavras-chave: Biomassa, subproduto, resíduo, fenólicos, antioxidantes
- Título: Identificação e quantificação de compostos de caules de Stevia rebaudiana por UHPLC-MS/MS
- Autor(es): Natani Caroline Nogueira, Cynthia Leticia S. Cabeça, Paulo Leonardo M. Siciliano, Oscar Oliveira Santos, Paula G. M. Fernandes.
- Resumo:
Com a consolidação da exploração de folhas de Stevia rebaudiana, tanto na extração de adoçantes, quanto de compostos secundários, há um considerável volume de resíduos de caules gerados. Os caules correspondem a aproximadamente 30% da biomassa total da planta, que apesar de ser uma grande quantidade de biomassa, são muitas vezes considerados um subproduto, frequentemente descartados ou subutilizados para complementar alimentação animal, o que, por sua vez, pode representar não apenas um custo, mas também um resíduo não aproveitado com um alto potencial. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi obter uma fração de caules, usando metodologias comumente usadas para as folhas e para diversos materiais na extração de fitoterápicos, e assim agregar valor para a indústria do setor, com um processo já realizado para folhas, concentrando diferentes compostos bioativos (FAEC) para identificar a composição de compostos fenólicos por UHPLC-MS/MS. Para a análise foi utilizado um sistema UHPLC-MS/MS composto por um UPLC Acquity H-CLASS acoplado a um espectrômetro de massa triplo quadrupolo Xevo TQD, equipado com uma interface Z spray™ ESI operando nos modos positivo e negativo (Waters, Milford, MA, EUA). O controle do instrumento e o processamento dos dados foram realizados com o software MassLynx e QuanLynx versão 4.1 (Waters). Realizada a análise em UHPL-MS/MS encontramos que o composto em maior quantidade nos caules de Stevia UEM-13 é o ácido clorogênico (341,3556 mg/g), um polifenol amplamente consumido, em vários alimentos e que tem demonstrado possuir propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antiobesidade, antidiabéticas e anticâncer, seguido do ácido cafeico (235,7959 mg/g) que pode apresentar atividades antioxidantes, anti-inflamatórias e antitumorais. Em menores quantidades, mas com propriedades importantes também foram quantificados ácido gálico (1,8535 mg/g), kaempferol (0,7379 mg/g), quercetina (3,3949 mg/g), apigenina (0,2330 mg/g) e luteolina (0,1449 mg/g), com atividades medicinais significativas na prevenção de doenças e na manutenção de uma dieta saudável, com atividades anti-inflamatórias, antioxidantes, antimicrobianas e anticancerígenas. Assim, este estudo representa um avanço significativo tanto na área científica quanto ambiental ao demonstrar a viabilidade do reaproveitamento de um resíduo que normalmente seria descartado. A pesquisa quantificou compostos fenólicos importantes para a saúde e demonstrou que os caules, até então considerados resíduos, possuem alto potencial como antioxidantes naturais. Isso reforça seu uso promissor na indústria alimentícia, tanto em alimentos quanto em suplementos, além de abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos alternativos com menor risco de toxicidade.