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- Cód. Trabalho: 1888 | Palavras-chave: Companhia de Jesus; Catequização; Ciência.
- Título: Em nome de Deus e da ciência: conflitos e contradições em torno da presença jesuítica na América portuguesa
- Autor(es): Luciene Maria Pires Pereira; Ana Lúcia Sales de Lima
- Resumo:
A Companhia de Jesus foi fundada em 27 de Setembro de 1540, por Inácio de Loyola juntamente com outros religiosos. A Instituição nasceu de uma ideia que prezava pelo retorno à pureza da primitiva Igreja e da conversão dos infiéis em resposta aos acontecimentos que ameaçavam a soberania da Igreja Católica devido ao avanço do protestantismo, sobretudo na Europa. Neste sentido, em 1549, juntamente com o primeiro governador geral, Tomé de Sousa, desembarcou nas terras Lusitana o primeiro grupo de jesuítas que foi encarregado de zelar pela moral cristã e pela catequização dos naturais da terra. Os jesuítas permaneceram no Brasil até o século XVIII, sendo expulsos pelo Marquês de Pombal, secretário de estado de Portugal, na segunda metade do século XVIII. Para além da questão da catequização dos índios na América Portuguesa, a presença dos jesuítas neste território ajuda-nos a compreender o processo de desenvolvimento cultural e científico tanto de Portugal quanto da sua possessão americana, uma vez que os padres desta companhia adquiriram um conhecimento baseado em análises e explicações que iam além daquelas fornecidas pela religião. As mudanças ocorridas na Europa na passagem do período medieval para o período moderno contribuíram para que as formas de observação e compreensão da realidade e dos fenômenos da natureza também sofressem transformações, estas relacionadas com o advento de novas explicações e concepções fundamentadas no racionalismo e na ideia de progresso, influenciadas também pelo advento do iluminismo. Como resultado, o período moderno foi marcado por uma suposta oposição entre ciência e religião. É neste contexto que discutimos a atuação da Companhia de Jesus na América Portuguesa, uma vez que essa atuação nos ajuda a compreender o desenvolvimento das relações entre a filosofia escolástica e as ideias iluministas em Portugal até a primeira metade do século XVIII e as influências desse processo na América Portuguesa.