Visualizar trabalho
- Cód. Trabalho: 1685 | Palavras-chave: Trabalho. Subjetividade. Criatividade.
- Título: MARCAS DISCURSIVAS SOBRE A CRIATIVIDADE NO TRABALHO DO AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIA
- Autor(es): Evelyn Yamashita Biasi
- Resumo:
O mundo humano é permeado pela presença dos outros que marcam o lugar daqueles que tenham visto, ouvido e se lembrarão da experiência humana, bem como pela transformação das coisas num processo de reificação através da ação e do discurso. Ao nascer o ser humano realiza um aparecimento físico original, por sua vez, as palavras e os atos figuram como um segundo nascimento no qual o indivíduo confirma e assume o fato original e singular de seu aparecimento dando sentido à sua existência (Arendt, 2000).
Para a Psicodinâmica do Trabalho (Dejours, Abdoucheli e Jayet, 1994), o sujeito do inconsciente, no momento em que é instrumentalizado pela palavra, encontra suas origens e seu fundamento antes do encontro com as situações de trabalho. No entanto, na vida adulta a partir do encontro das operações superegóicas instaladas pelas normas sociais da sociedade capitalista e pela sublimação da libido, o sujeito dará continuidade à construção egóica por meio do trabalho.
Sendo assim, a centralidade do trabalho se dá na construção da identidade, na realização de si mesmo e na geração de saúde mental ou, ao seu inverso, apresenta-se em seu caráter patogênico através da descompensação psíquica e somática do sujeito. Quando o trabalho possibilita o reconhecimento (do outro) há a retribuição simbólica no sentido de ganhos para as expectativas subjetivas e para a realização de si mesmo, ou seja, ganhos no campo da identidade. Em último aspecto, quando se manifesta a exclusão do sujeito ao coletivo, este pode vivenciar a marginalidade e um “isolamento deletério” (Dejours, 2011, p. 165).
Dejours (2011) aponta as características do trabalho dividindo-o em trabalho prescrito e trabalho real. O primeiro remete à tarefa a ser executada pelo trabalhador e que está prevista pela organização de trabalho por meio de normas e de regras de ofício. São as imposições do que deve ou não ser feito e da forma como o trabalho deve ou não ser realizado. Já o trabalho real remete à atividade marcada pelos imprevistos e que tem como característica fundamental o uso da inteligência e criatividade do trabalhador.
Isto quer dizer que no momento da execução do trabalho aquela tarefa que fora previamente pensada e prescrita sofre alterações da ordem do real aparecendo por meio de falhas ou demais situações não antecipadas. Nesse momento, o trabalhador vivencia a angústia e o sofrimento advindos da imprevisibilidade e necessita utilizar sua inteligência para, assim, concluir sua atividade. Para o autor, é por meio do real que o trabalho torna-se criativo e subjetivamente estruturante.
Este trabalho refere-se à um recorte da dissertação de mestrado “Processos Identitários do Agente de Escolta e Vigil