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- Cód. Trabalho: 1471 | Palavras-chave: Triatominae, análise espacial, doença de Chagas
- Título: PREDIÇÃO ESPACIAL DE ÁREAS DE RISCO PARA TRANSMISSÃO VETORIAL DE TRYPANOSOMA CRUZI NO ESTADO DO PARANÁ
- Autor(es): Ana Paula de Abreu, Andréia Mantovani Ferro e Silva, Thadeu Sobral Souza, Maurício Humberto Vancine, Renata Muylaert, Sandra Marisa Pelloso, Maria Dalva de Barros Carvalho, Luciano de Andrade, Milton Cezar Ribeiro, Max Jean de Ornelas Toledo
- Resumo:
Introdução: Após a certificação da interrupção da transmissão vetorial da doença de Chagas pelo Triatoma infestans em 2006, exemplares de outras espécies de triatomíneos vêm sendo encontrados no intradomicílio de vários municípios do Estado do Paraná, sul do Brasil. Objetivo: analisar e predizer espacialmente áreas de risco para a transmissão vetorial da doença de Chagas no Estado do Paraná baseando-se em dados de 2007 a 2013. Métodos: Os pontos de ocorrência dos triatomíneos capturados no período de 2007 a 2013 foram obtidos da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. A classificação dos municípios quanto ao risco de ocorrência de triatomíneos sinantrópicos foi baseada em variáveis climáticas e em variáveis de paisagem por abordagens de Modelos de Nicho Ecológico (NME). Resultados: A maior ocorrência foi de Panstrongylus megistus, correspondendo a 73% (1.943) dos espécimes, seguido por P. geniculatus (411), Rhodnius neglectus (159), T. sordida (119) e R. prolixus (30). No total 71,9% foram capturados no intradomicílio. A infecção pelo Trypanosoma cruzi foi observada em 19,7% dos 2.472 insetos examinados. Para prever o risco de transmissão vetorial, modelos de nicho ecológico (NME) foram gerados com base em cada variável climática e de paisagem com resolução de 1 km². A estatística zonal foi utilizada como forma de classificar os municípios quanto ao risco de ocorrência de triatomíneos sinantrópicos. A análise integrada das variáveis climáticas e paisagísticas na distribuição geográfica dos triatomíneos mostrou que alguns municípios do noroeste, norte e nordeste do estado do Paraná apresentam maior risco de transmissão vetorial do T. cruzi devido à alta aptidão climática e paisagística para ocorrência de seus vetores. A frequente invasão de casas por triatomíneos infectados indica claramente um maior risco de transmissão do T. cruzi para os habitantes dessas áreas. Conclusão: Nossos resultados, por meio da análise espacial e mapas preditivos, mostraram-se eficazes na identificação de áreas de risco potencial e, consequentemente, na definição de áreas estratégicas de ações para prevenir novos casos de doença de Chagas, reforçando que as ações de vigilância devem ser contínuas nestas áreas.