Título: FATORES DE VIRULÊNCIA DE Acinetobacter baumannii COM DIFERENTES PERFIS DE SENSIBILIDADE AOS CARBAPENÊMICOS
Autor(es): Samuel Rezende Del-Ducca, Ana Paula Uber, Aline Natália de Santi, Franciele Viana Fabri, Mirian Nicéa Zarpellon, Márcia Maria dos Anjos, Maria Cristina Bronharo Tognim, Fabrícia Gimenes
Resumo: Resumo: Acinetobacter baumannii destaca-se dos demais patógenos causadores de infecções pela alta capacidade de permanência no ambiente e a velocidade com que adquire resistência aos antimicrobianos. Sua permanência no ambiente hospitalar parece estar relacionada à aderência a superfícies bióticas e abióticas, além da sua capacidade em formar biofilme. Objetivo: Avaliar a hidrofobicidade da superfície celular e a formação de biofilme, além de pesquisar genes relacionados à formação de biofilme em isolados de A. baumannii. Metodologia: Foram selecionados isolados de A. baumannii estocados no laboratório de Microbiologia Médica (LMM-UEM) de acordo com o perfil de sensibilidade aos carbapenêmicos. A hidrofobicidade dos isolados foi avaliada pelo teste de afinidade ao xileno e a formação de biofilme foi determinada por densidade ótica. Os genes relacionados à formação de biofilme foram pesquisados pela técnica de PCR. Resultados: O grau de hidrofobicidade variou de 0% a 19% em 87,5% (7/8) dos isolados. Apenas um isolado (HUM Ac 149) apresentou elevado grau de hidrofobicidade (99%). Todos os isolados apresentaram uma formação de biofilme moderada após 24 horas e moderada a forte após 72h de incubação. Foi detectada a presença dos genes bap, algC, csuA-csuB, csuB-csuC, csuC-csuD e csuD-csuE em todos os isolados, exceto o isolado HUM Ac 149 onde não foi detectado a presença do gene csuC-csuD. Das amostras sensíveis aos carbapenêmicos (4/8), duas apresentaram forte formação de biofilme com 72 h de incubação. Conclusões: Não foi observado relação entre a hidrofobicidade e a formação de biofilme, uma vez que a maioria dos isolados apresentaram baixa hidrofobicidade e formação de biofilme moderada a forte. Observou-se que os isolados de A. baumannii apresentaram genes formadores de biofilme, o que se relacionou com a produção moderada do biofilme apresentada por eles. Isolados sensíveis aos carbapenêmicos foram fortemente formadores de biofilme com 72 h de incubação, o que pode ser associado a sua menor carga genética direcionada para a resistência aos antimicrobianos. Independentemente da sensibilidade, destacamos que A. baumannii pode formar biofilme em superfícies abióticas, o que deve ser levado em consideração para o controle de infecções hospitalares.