Título: EXTRAÇÃO DOS LIPÍDIOS TOTAIS E COMPOSIÇÃO EM ÁCIDOS GRAXOS DE DIFERENTES FASES DE LEITE HUMANO
Autor(es): Adriela Albino Rydlewski*, Luciana Pelissari Manin, Ingrid de Lima Figueiredo, Vanessa Bueno Moreira Javera Castanheira Néia, Caroline Delivio Zappielo, Jessica dos Santos Pizzo, Orivaldo José da Silva Filho, Patricia Daniele da Silva dos Santos, Lorena Visentainer, Vanessa Jorge dos Santos, Oscar de Oliveira Santos Júnior, Jesuí Vergilio Visentainer
Resumo: O leite humano (LH) é considerado o alimento perfeito para os bebês, recomendado como fonte de nutrição exclusiva durante os seis primeiros meses de vida, pela Academia Americana de Pediatria (2012). Sua classificação se modifica conforme o período de lactação, sendo considerado colostro até o 6° dia de produção, leite de transição até o 14° dia e a partir do 15° torna-se leite maduro. O LH fornece todos os nutrientes que contribuem para o desenvolvimento do lactente, além de fornecer proteção contra doenças crônicas, por conter células-tronco, que influenciam na saúde imunológica durante a vida. Os lipídios do LH são responsáveis pelo fornecimento de 50% do valor calórico total, ofertando nutrientes essenciais, como vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos poli-insaturados (AGPI), da série n-6 (LA, 18:2n-6) e α-linolênico da série n-3 (ALA, 18:3n-3), precursores de importantes ácidos graxos poli- insaturados de cadeia longa (AGPICL) como o ácido araquidônico (AA), o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA). Estes ácidos graxos presentes no LH estão relacionados ao bom desenvolvimento do cérebro, retina e visão do lactente. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a composição em ácidos graxos obtidos a partir de extração de lipídios totais por solvente (partição), em diferentes fases de LH (colostro, transição e maduro). Para a realização da análise foi realizada a coleta de pools de LH de doadoras do Banco de Leite, situado no Hospital Universitário de Maringá. Foram utilizados para o pool 100 mL de colostro, leite de transição e leite maduro de três diferentes doadoras, somando-se portanto, um volume de 300 mL. Deste total, foram utilizados 10mL de diferentes fases de LH, para a realização da extração dos lipídios, que foram esterificados segundo metodologia proposta por Hartman & Lago (1973). A análise cromatográfica, foi realizada de acordo com Simionato et al. (2010) e a quantificação dos ésteres metílicos de ácidos graxos, pelo método de Visentainer et al. (2012). Os resultados demonstraram que o somatório de ácidos graxos saturados (AGS) no colostro variou de 135,85 mg.g-1, no leite transição de 199,21 mg.g-1 e no maduro de 94,25 mg.g-1. O ácidos graxo 11:0 destacou-se no leite maduro e o 14:0 no leite de transição. Já os ácidos graxos 16:0, 18:0, 18:1n-9t, 18:2n-6c não diferiram significativamente ao nível de 5% de significância entre todas as amostras pelo teste de Tukey. Os ácidos graxos 15:0, 17:0, 20:1n-9, 21:0, 20:3n-6 não foram encontrados no leite de transição e apenas o 15:0 diferiu significativamente ao nível de 5% de significância pelo teste t de Student entre as amostras de colostro e leite maduro. Pode-se concluir que a quantidade de ômega-9 e ômega-6 dos pools dos leites das diferentes fases foram similares entre as amostras analisadas e que o somatório dos AGS no leite de transição se destacou quando comparado ao colostro e leite maduro.